Encontravas-me pela manhã e na voz trazias suave aroma de maçã&canela. Com palavras de compota, barravas-me lentamente todos os recantos da alma: Querias o teu travo em mim.
Quando me chocava com o meu não harmonioso reflexo, afogavas todos os arrepios desajeitados do meu cabelo no teu riso soluçado.
Sentia sempre esses atrevidos olhos de pêssego&chocolate rechearem-me os contornos com sensação de desejo e unicidade.
No fim do dia, ao recolher os sentidos, todas as palavras se gastaram numa só: disse-te “AMO-TE”.
Esgotavam-se as forças.
O corpo já havia entrado na destilação do sonho, onde as memórias reais e as intencionadas se separam, sem ocasião para garantir a sobrevivência decente do vazio que fica no meio.
Deste-me a mão.