domingo, setembro 09, 2007

Espelho.

Preparei-te sempre do outro lado do espelho.
Encontravas-me pela manhã e na voz trazias suave aroma de maçã&canela. Com palavras de compota, barravas-me lentamente todos os recantos da alma: Querias o teu travo em mim.
Quando me chocava com o meu não harmonioso reflexo, afogavas todos os arrepios desajeitados do meu cabelo no teu riso soluçado.
Sentia sempre esses atrevidos olhos de pêssego&chocolate rechearem-me os contornos com sensação de desejo e unicidade.
No fim do dia, ao recolher os sentidos, todas as palavras se gastaram numa só: disse-te “AMO-TE”.



Esgotavam-se as forças.
O corpo já havia entrado na destilação do sonho, onde as memórias reais e as intencionadas se separam, sem ocasião para garantir a sobrevivência decente do vazio que fica no meio.
Deste-me a mão.
Do pouco que a febre ainda não alcançou e o delírio traz virgem, deixo-te escrito no espelho que já foi nosso: “REZAREI POR TI. TODOS OS DIAS. POR NÓS. REZAREI AQUI, AO ESPELHO, POR NÓS.”

sábado, setembro 08, 2007

CALL 911 !


[SILÊNCIO]

Consegui conquistar o silêncio por entre estas quatro paredes agitadas. Deixo estrategicamente que ele me absorva.
Tento encontrar o momento certo. Cravar-lhe-ei as unhas nas vísceras e, de uma investida só, arrancar-lhe-ei toda a vida que é minha por direito.


[PÂNICO]

Estou apavorada e as minhas muralhas vazias fazem-me prever que eu acabei para o mundo lá fora, sem que ele acabe para mim.


[SOLIDÃO]

Valerá a pena se a alma está tão, tão pequena?...

quinta-feira, agosto 30, 2007

100 anos Miguel Torga

CONFIANÇA
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova... M.T.


" E o Poeta morreu/(...)/Só no ouvido dos versos,/Onde a seiva não corre,/Uma rima perdura /A dizer com brandura /
QUE O POETA NÃO MORRE."

domingo, julho 01, 2007

sortuda !

O protótipo de um começar a semana com o pé direito:

DOMINGO:
Pés para dentro do carro já a manhã se avizinha.
Estavam cheios de energia. Queriam correr Lisboa; ver o Tejo; rodar na Praça de Sta. Catarina; descer ao metro; subir ao Cristo-Rei; criar raízes na secção de livros da Fnac; afugentar pombas em Sta. Apolónia;…
No fim de tudo, queriam calos de felicidade vivida.


SEGUNDA:
Acordo com pulos do pequeno terror que me avisa o quão está deprimido o meu filho Nenuco.
“Oh Nês, põe a mantinha nele, põe.”
E, enquanto trocava de casaquinho e me pedia para lhe calçar o pequeno sapatinho, tive que partilhar a manta e o conforto do colchão armado na sala, com o meu filhote de plástico.
Foi para a escolinha, morder os braços do “Matim” que às vezes é o “namoado qui dá vijinho na voca”.
(tem 2 anos, o “trastezinho”)

A Bia ficou.
Comemos cereais.
O Pai foi buscar o almoço e a minha ginasta de alta competição fugiu ao peixe cozido das Segundas por uma calórica lazanha com muito queijo e molho de tomate.
Ficou no treino.
De táxi até à Fnac.
O Ipod; “A Agonia do Planeta”; “Bjork – Volta”; gravador para as conferências da Mãe vêm e a minha máquina fotográfica, dependência cheia de prazer e nula no saber, ficou para conserto.
30 DIAS!

Sandes de queijo e Rolling Stones!
"I can get some" SATISFACTION!



Metro. Casa. Os bonecos, as bolas; as coloridas cozinhas de plástico e a Carolina já dormem um soninho.
Conversas de primas crescidas.


TERÇA:
Cedinho já não tenho manta.
“Nês Nês, vamos jogar à bola!”
Esfrego os olhos e sorrio mesmo que a maior vontade seja dormir, todo aquele carinho deixa-me feliz.
Jogámos.
Conversámos.
E, lá foi ela, outra vez para a escolinha, rumo aos braços do “Matim”.
Lá fiquei eu.
A Bia foi almoçar à escola.
Tinha treinos para a distrital (ou nacional) e nós tínhamos “O Corpo Humano” à nossa espera.
Sensacional! Valendo muito mais que a longa caminhada.

http://www.ocorpohumano.net/


Ah… vi o Zé. Aquele que sendo “Alguém” apenas, consegue sê-lo de uma forma tão simpática.
O sorriso do Zé no meio da multidão do metro.

Antes de partir, ainda fomos ao Colombo.
Um livro pedido e não encontrado e a minha dor de cabeça nos últimos dias pelo acompanhamento musical executado – um leitor mp4 para a minha irmã.

Comboio – Aveiro.

Calos de felicidade vivida conseguidos.

contudo, sem nada.

Cansada de sonhar...

Contudo, insisto no vazio colorido do sonho tantas vezes experimentado, retocado...

…tao poucas REALIZADO. <3

quarta-feira, abril 18, 2007

Se perguntarem por mim?!


Se perguntarem por mim, digam que voei.
(foto tirada na visita ao Planalto Beirão - dia 16 de Abril)

quinta-feira, abril 12, 2007

branco dos sonhos no azul do (a)mar


Numa agitação característica, a cumplicidade entre amigos entregue estava a uma eufórica conversa sem interesse, de palavras banais, de assunto não recordável.
À semelhança de anúncios a perfumes rasca para homem, só que bem mais enfático, o “momento X” nasce.
O mundo acelera ao compasso do coração da rapariguinha desajeitada.
Ele passa lentamente pelo corredor e fixa os olhos nela.
Fá-la sentir a Jessica Alba num vestido vermelho carnal. Sedutora.
Ele vem de negro. Determinado.
(Algo lhe diz que a cor que o pinta é intenso branco acolhedor.)

Ele passa.
O sorrido fica nela e a esperança de Futuro.
Num universo paralelo, só seu, ela sonha.
Sonha o dia em que depois de uma noite quente olham o mar bebendo sumo de laranja.
Nessa manhã, a camisa branca dele pousa-lhe sobre o corpo nu.
E, mais que o seu cheiro, mais que o toque da seda, a rapariga desajeitada reveste-se da certeza de um dia ter vestido vermelho e ser essa mesma cor, não subtil na intencionalidade, que hoje lhe traz o branco dos sonhos no azul do (a)mar.

Sonhou…
E sonhou até amanhã.
Porque hoje, pela espada do inventário, conquistou o surreal país dos sorrisos.

domingo, março 25, 2007

Diamonds aren’t all girls’ best friends


“Sometimes I wonder if God will ever forgive us for what we've done to each other."
Danny Archer, Blood diamond

sábado, março 24, 2007

afraid.


They say time will make all this go away,

but it's time that has taken my tomorrows and turned them into yesterdays.






terça-feira, março 13, 2007

Era tão bom...


"Fala-me um pouco mais,
Era tão bom ficar,
O mal é que eu já não sei quem eu sou,
Eu não sei se eu sou capaz,
De me ouvir.
Fala-me um pouco mais,
Era tão bom subir,
E dar o que eu nunca dei a ninguém.
Sei que é bom teu travo a tudo,
O que é mortal.

Já agora,
Mata-me outra vez.
Era tão bom direi,
Mata-me outra vez.
Era tão bom direi,
Mata-me outra vez.
Mata-me outra vez!

Paro de andar,
Paro p'ra te ouvir.
Paro para ver se é bom p'ra mim.
Se é melhor do que uma vida,
Tão só e prenha de ninguém.
E vejo que é bom dizer,
Paro p'ra te ouvir.
Mas foi só,
Para ver,
Se o futuro é para nós.
Para quem tem o mesmo mal de,
Não saber amar.
Falo que,
Pensar em mim,
É cura e faz-me acordar.


Ou dormir. "




Fala-me um pouco mais, era tão bom ficar, assim...

segunda-feira, março 12, 2007

A Maria fez anos!



A Maria para quem não sabe:
- Traz uma merendinha todos os dias para a escola;
- Não refila com o cacifo que eu encho de tralha e porcaria;
- É muito organizadinha;
- Tem sempre 1001 canetas de cor para me ajudar na tentativa de ter apontamentos soltos decentes (visto que não uso cadernos);
- Tem um mp3 cheio de ritmos do tempo em que o Napoleão trocou a Josefina pela Ti’anica;
- Tem um cabelão que é a curtição!;
- Ri da pronúncia do 5º elemento da banda do 50 cent e da Paris Hilton;
- Concorda comigo quanto à orientação da perninha cruzada à nossa direita nas aulas do Ti Nibal;
- Adora relógios;
- Chama-me “baixote”, ao que eu respondo “ding ding”;
- Interpreta calorosamente as canções do stô Heitô;





E para quem não sabe, devia saber que

8 de Março é o dia da Maria, é o dia da mulher!

sexta-feira, março 09, 2007

assim sou necessariamenteFELIZ* (muito muito feliz)


No entretanto:

"- és um AMIGÃO, sabias?
- tu é que és a menina solar.
- menina solar?


- menina solar és tu,) és luz, vida, coisas boas e alegres. Sei q nao és necessariamente assim mas é assim q te vejo."

quarta-feira, março 07, 2007

PARABÉNS ISABELINHA=D




(perfomance digna de Euroconcert! sensação, sensação)

PED (post EYP depression)


Deixo a lágrima escorregar pela almofada.
O oásis está suspenso e o vazio do teu abraço é cada vez mais difícil de sustentar.
Quero que o tempo pare no beijinho na testa com que nos despedimos.
Quero que o sejas o meu envolvente na eternidade.
Quero-te PEJista, PARA SEMPRE.

Devaneio sobre rodas. De volta a casa:



Sinto-me bem.
A chuva que cai no vidro do carro tem sabor a vida nova.
Como se eu mesma me deixasse purificar pela sua frescura.
Escolhi. Nada há a fazer para que o tempo recue.
Escolhi fugir ao formulário estereotipado de escolhas que nos faz comodistas.
Tentarei manter-me assim, nesta felicidade (in)sensata, árdua de sustentar.
Por agora: PEJ e Incubus ocupam o Presente.
Por agora, confio em mim.






(à tarde. 6 de março)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

“Tonight we will drink to you… the spell that I was under”

(esboço velhinho)
“Hoje vou fugir
Para não me dar
Para não me ouvir dizer
Que as coisas vão mudar… amanhã!”

A meia-luz, escrevo “sou feliz”…
Como me preenche ter certeza neste sentimento (ainda que espontaneamente metamórfico).
Como me preenche saber-te aí, pronto para me acolher.
Como me preenches no aconchego de coração que fazemos nas muitas risadas despropositadas e em carrossel.
Como sabes conquistar aos pedacinhos as partes amarguradas de um “eu” em imperceptível decadência.
Tu consegues ver exacerbado valor nesta princesa do nada…
Consegues.



(ao doentinho q nao diz nd a metade do mundo, q nao merece o cuidado e a dedicação q nele depositamos... )

segunda-feira, janeiro 29, 2007

o mundo das pombas e eu (como o incolor background)

Pela décima vez que abro a página do Word.

A pomba branca com riscas cinzento-claro que estava pousada no candeeiro lá fora, deu lugar a seis grandes, escuras e gordas. (lontras quase)

Pergunto-me se a vida também será sempre assim.
Haverá sempre uma avó que todos os dias de manha miga o pão e alimenta as bichas mais hipócritas, mais reles, mais aproveitadoras de sempre?
Aquelas que bicam os pássaros pequeninos.
Que se vestem de branco para ludibriar e fazer com que os inocentes nela vejam “paz”.
Que guincham para assustar.
Que enfeitam os céus, e subitamente (por um “bonito” mero acaso, note-se) pintam o chão de verde repugnante e, o mais que houver, com o verdadeiro cheiro ao podre que as singularmente constitui.
Com tudo isto e sem revolta dos pássaros pequeninos, ainda continuam gordas, numa pose de intocáveis a comer o “pão de todos os dias” no telheiro de minha casa.
Ainda continuam ali pousadas enquanto eu, baixo a cabeça, guardo a caçadeira e penso: “Estará amanha livre para mim?”...

Pretensão.
Vontade do inútil.
Triste lacuna por não saber ser ausente d
o mundo das pombas
(chamem-lhe o que quiserem…)

terça-feira, janeiro 23, 2007

"Razao, de que me serve o teu socorro??
Mandas-me amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu penso, eu morro!!"

Bocage

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Contam-se todos os dias como imensamente pequenos